Apesar de muitos especularem, ninguém sabe o que acontece quando uma pessoa está em coma. Experiências de quase morte são narradas há anos, e mesmo assim, nunca se chegou a uma conclusão sobre o que a mente do indivíduo assimila nesse estágio.
Quem volta do coma, normalmente não se lembra do que houve. Outros contam sobre luzes e sombras que visualizarem. Mas nada concreto e cientificamente provado.
Com Lauren foi um pouco diferente. Após sofrer um acidente quando estava a caminho de um fim de semana de folga, após várias semanas nos plantões exigentes do hospital do qual era residente, ela ficou em coma vários meses. Sua mãe ficou ao seu lado todos os dias, na esperança de que a qualquer momento fosse acordar e voltar à vida. Foram dias tristes e de suplício. Lauren via sua mãe, mas não podia tocá-la ou se comunicar. Transformou-se numa alma perdida, aguardando o momento em que seu corpo reagiria. Mas isso não acontecia.
Lauren percebeu que podia se locomover pela cidade somente em pensar nisso. Tentativas e erros e ela estava em seu antigo apartamento, que fora alugado para Arthur, um arquiteto dedicado.
Semanas passaram-se e ela já estava acostumada com a rotina do rapaz. Até que numa noite, após o banho, ele estava ouvindo uma música e ouviu um som a mais: a voz de uma garota dentro de seu guarda-roupa. Imagina a surpresa quando ele abriu a porta e deparou-se com a jovem médica? Ela também ficou surpresa, porque ninguém a ouvia, até agora.
Foi uma confusão total! Arthur não entendia como ela estava ali. Lauren não entendia como ele a via. Foram necessárias horas de conversa até que ele acreditasse no que ela dizia. Quando eles finalmente se entenderam, surgiu uma cumplicidade poucas vezes vista. A fantasma e o arquiteto. Nem o sócio e amigo de Arthur, Paul, acreditou no que ele disse. Mas para Arthur era tudo não normal e real que estar com Lauren tornou-se sua vida. Os momentos que passavam juntos era especial para ambos. Foi Arthur quem abandonou tudo e pesquisou sobre o coma, as experiências narradas e vividas por outras pessoas, os estudos médicos... Lauren estava comovida, mas sabia que não podiam fazer muito a não ser esperar.
Até o dia em que os médicos decidiram que Lauren não voltaria à vida. Apesar de respirar sem ajuda de aparelhos, seu cérebro não reagia. E isso bastou para provar que não tinha razão para mantê-la no hospital. Não foi fácil convencer a mãe dela quanto à eutanásia, mas também não havia argumentos para esperar mais.
Lauren e Arthur ficaram desesperados. Eles sabiam que a relação que tinham, apesar de não verem futuro, era algo que nenhum deles tinha vivido até o momento.
Arthur então resolveu que raptaria o corpo de Lauren para que ela não fosse morta. E fez isso. Mas não durou tanto tempo quanto ele queria. Mesmo tento feito tudo o que podia para ajudá-la, ele percebeu que não era o bastante. Passaram todos os momentos que puderam juntos. Mas o momento fatídico chegou e Lauren desapareceu. Devastado, Arthur não conseguiu nem sair de casa.
Foram os 10 dias mais sofridos de sua vida. Mas uma ligação mudou tudo.
E se fosse verdade, relançado no Brasil pela Editora Suma de Letras, trás todo o encanto e magia da escrita de Marc Levy. Com a pitada de humor tão particular do autor, somos transportados para o mundo desse casal tão inusitado e complexo, num romance espetacular!
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