21 de junho de 2014

Resenha: Roleta Russa

Esse livro é uma cortesia da Editora Arqueiro

A espionagem por órgãos dos governos sempre é um assunto polêmico. A notícia mais recente que envolve o assunto é a denúncia de um ex-integrante da CIA, Edward Snowden , que após trabalhar por anos para a agência de inteligência americana, decidiu denunciar como era feito o monitoramento das pessoas ao redor do mundo e como essas informações eram usadas. Divulgou-se, inclusive, que o governo brasileiro também era investigado, o que causou um mau estar entre os presidentes dos países, que logo foi acalmado.

Jason Matthews, o autor de Roleta Russa, publicado no Brasil pela Editora Arqueiro, é ex- integrante da diretora da CIA e atualmente trabalha no Serviço Clandestino de Desfesa, criado em abril de 2012. Isso tudo é pra explicar que o livro trata de assuntos reais, apesar de ser ficção. É claro que não temos como saber se o autor não usou algum caso real para criar a história, mas podemos entender que muito do que ele escreveu tem um fundo de verdade.

O SVR, Serviço Secreto Externo da Rússia, que surgiu do desmembramento da antiga KGB, ainda hoje em dia é notícia no mundo. Essas duas agências, CIA e SVR, são os lados em conflito nessa história.

Nathaniel Nash é agente da CIA. Dominika Egorova é agente da SVR, mas para chegar a essa posição, ela antes sofreu uma decepção muito grande, pois seu sonho mesmo era ser bailarina no balé Bolshoi. Após um acidente dançando, que na verdade foi um boicote, seu sonho foi completamente destruído. Com a morte do pai, ela cede aos pedidos do tio -vice-diretor do serviço secreto russo-, que vê nela - por causa de seu temperamento- uma forte candidata para o SVR.

Após vários treinamentos, inclusive na escola de pardais, que ensina os agentes a usarem seu corpo como objeto de trabalho, ela está pronta para sua primeira missão: seduzir um homem poderoso e arrancar dele algumas informações. Na verdade, a operação não sai como ela esperava, e isso faz com que fique decepcionada como a forma que o SVR conduz o assunto.

Após alguns dias, recebe outra missão, que é seduzir Nathaniel, a fim de descobrir quem é o informante russo que está repassando informações para a CIA há vários anos. Não é o trabalho que ela queria, mas como seu tio está desesperado para assumir a presidência, conseguir o nome do informante fará com que sua chegada ao topo torne-se mais rápida.

Nash é inteligente e muito bem treinado. Quando ele e Dominika começam um relacionamento de amizade, após vários malabarismos e táticas de aproximação, ambos tentam o recrutamento. Não será fácil para nenhum deles ser convencido. Dominika, ainda fragilizada pela operação anterior, começa a repensar como será o seu futuro e em como ela sempre foi sabotada em sua vida. Nathaniel, por sua vez, ama seu trabalho e tem certeza que o que ele faz é certo e é o seu melhor. Essa brecha criada pelos conflitos internos de Dominika é tudo o que Nate precisava. Tentando ser o mais profissional possível, o recrutamento de Dominika é concretizado. E aí começa a segunda parte do livro, na minha opinião, em que temos um novo cenário onde ela se sente realmente incluída em algo que fará diferença no mundo.

Algumas pessoas que leram o livro reclamaram de terem demorado a engrenar na história. Comigo foi assim também, porque nos primeiros capítulos o autor tenta explicar como funciona cada agência de espionagem e como se dá os encontros dos agentes infiltrados. Isso, de certa forma, deixa a leitura mais fluída nos capítulos seguintes, porque o leitor se habitua com os termos e o assunto. Então, não se desespere se você começar a ler e perceber que a leitura parece arrastada, porque nos capítulos seguintes somos puxados para um sistema complexo, onde teremos que escolher um lado e  torcer para que o que dê mais certo, em todo o enredo, seja o romance de Nate e Dominika.

Existe um gancho para um próximo livro, mas não encontrei informações sobre isso.







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