Esse kit é uma cortesia da Editora Suma de Letras
Muitas vezes, começamos um projeto sem nem mesmo saber o motivo. Com Harold Fry foi assim.
Recém aposentado, Harold recebeu uma carta de uma antiga colega de trabalho, Queenie Hennessy. Ela informava que estava muito doente, mas que desejava que ele estivesse bem. Muitos anos haviam passado desde que se viram pela última vez. Mas Harold lembrava dela com carinho. Queenie foi uma amiga querida que lhe fazia se sentir melhor quando estavam juntos.
Foi um choque saber que ela tinha câncer e pouco tempo de vida. Ela estava numa casa de repouso à 1.100km da cidade de Harold. Pensando por um momento, não era tão longe que ele não pudesse ir ao seu encontro. Mas Harold queria poder fazer algo por ela.
Quando enfim decidiu o que escrever em resposta, ele saiu para ir aos correios. E começou a pensar sobre o que tinha feito em sua vida. Idoso, sabia que tinha sido um funcionário mediano na cervejaria em que trabalhou a vida toda. Agora, a cada passo que dava, pensando em como a vida poderia ter fim tão rapidamente, ele imaginou o que poderia ter feito de diferente nesses anos todos.
Passou o primeiro posto do correio, o segundo, e foi pensando se não seria melhor ir pessoalmente vê-la uma última vez.
Parou num posto de gasolina para fazer um lanche enquanto decidia o que fazer. Enquanto comia um hamburger, falou à garota do caixa sobre a doença de Queenie. A garota disse que ele deveria ter fé para que Queenie melhorasse.nFé. Claro, um sentimento que Harold tinha perdido há muito tempo. Era tão fácil! Bastava ter fé e Queenie seria curada.
Com essa idéia em mente, ele começou a pensar se não poderia ir caminhando até Queenie. Se sua caminhada não a salvaria dessa doença terrível. E com uma nova resolução pela frente, somente com a roupa do corpo e com seu cartão de débito, Harold Fry começou a caminhada que duraria 87 dias, pela qual ele percorreria 1.100km, para salvar Queenie.
Ligou para Maureen, sua esposa, que já estava muito preocupada por ele ainda não ter voltado dos correios, e lhe comunicou que estava indo ao encontro de Queenie, a pé. Sua esposa riu de sua decisão e disse que sabia que ele logo desistiria e voltaria para casa.
Determinado, ele passou por muitas cidades e muitas pessoas. Relembrou sua juventude, o início de seu casamento, pensou em seu filho David, em como poderia ter feito as coisas diferentes e ter sido um pai melhor. Pensou em como Maureen era uma excelente esposa e mãe. Em como o amor deles foi forte e bonito. Ouviu as histórias das outras pessoas. Tornou-se notícia em algumas cidades. E em nenhum momento deixou de pensar em Queenie, sua amiga, que ele não tivera notícias por tanto tempo e agora estava morrendo.
Caminhando pelo Reino Unido, ressentindo-se do passado, Harold Fry queria tornar-se o símbolo da esperança. Queria mudar o mundo com sua iniciativa e determinação. Em paralelo, Maureen também avaliava o que tinha feito de sua vida. Como poderia ter tomado uma atitude diferente, 20 anos antes, quando magoou Harold profundamente e não soube mais como reverter o fato.
Um casal comum, com uma história de vida marcada para sempre pelo desastre e pelo distanciamento. Ambos em busca de algo novo que pudesse trazer de volta os momentos do passado.
Com sua caminhada, Harold acabou encontrando muito mais que uma velha amiga.
A improvável jornada de Harold Fry , publicado no Brasil pela Editora Suma de Letras, fala do amor e do perdão. De como deixamos as pequenas e grandes coisas mudarem para sempre nossa vida de uma forma negativa. Em como esquecemos que nossa vida, apesar de parecer longa, é tão curta e fulgaz. Raquel Joyce nos envolve com personagens simples e profundos, nos fazendo refletir sobre nossas próprias atitudes e sentimentos.
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