23 de abril de 2014

Resenha: Terra sem lei


Esse livro é uma cortesia da Editora Arqueiro


“- A verdade é que eu gosto do meu trabalho- disse Virgil- Só não gosto o tempo todo.”(pág 17)
Virgil consumiu algum tempo com Deus naquela noite, pensando no absurdo da existência e no absurdo do próprio comportamento: um homem de fé que não era capaz de controlar a própria língua.”(pág 215)
Aconteceu de novo: eu li meu primeiro livro de John Sandford e fiquei apaixonada pela escrita do autor, apesar de ter A sombra da Lua e Noite de Tempestade, que ainda não li. Em Terra sem lei, publicado no Brasil pela Editora Arqueiro, o policial/escritor-nas-horas-vagas/diplomado em biologia, Virgil Flowers, finalmente conseguiu um descanso e decidiu passar suas merecidas férias pescando com seu amigo Johnson Johnson.
A marca registrada do detetive, além de seu visual de surfista, são suas camisas de bandas de rock, que chamam a atenção por onde passa. Ninguém pode negar que ele "tem presença". 
Virgil tinha saído de uma investigação desgastante e sonhava com férias há meses. Seu chefe, Lucas Davenport, sabe que o detetive é meio displicente, porém, excelente no que faz. Por isso, quando uma publicitária famosa foi assassinada num hotel só para mulheres, é nele que Davenport pensa.
Com um barco de pesca no reboque de seu carro, Virgil e Johnson vão até a pousada, para solucionar o crime. Johnson , na verdade, logo volta para a pescaria, mas Virgil recomenda ao amigo que o espere em breve.
Iniciando os trabalhos pelas entrevistas de praxe, suas suposições e a descoberta concreta do assassino, somos conduzidos pelo autor pela pequena cidade e seus moradores, seus segredos e pela necessidade que cada um tem em preservar sua integridade.
O que mais impressiona em Terra sem lei, não é como o autor criou uma história de suspense e comédia(isso é possível), mas também sua forma despojada ao formar os diálogos e pensamentos dos personagens. Virgil com certeza é o mais descarado de todos, mas a capacidade de interagir com o restante dos personagens do livro e a desinibição desses com o detetive, é muito interessante.
Filho de um pastor, Virgil pensa em Deus constantemente. E isso chega a ser engraçado em alguns momentos.
Superando as expectativas e já na lista dos meus preferidos, Terra sem lei é diferente dos outros livros de literatura policial que normalmente leio. Stephen King o definiu como hilário. E quem sou eu para discordar?


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