Esse livro é uma cortesia da Editora Suma de Letras
Uma característica marcante nos livros de Stephen King é que ele muda completamente o tema de um livro pro outro e cada nova história é uma nova descoberta do estilo do autor. É ficção mesmo, na foram mais descarada possível. Em Sob a Redoma foi assim, com Misery também, que foram os mais recentes que li. Quem deseja ler algo completamente fora da realidade, ele é o autor ideal.
Em Misery- Louca Obsessão, relançado no Brasil pela Suma de Letras, ficaremos a maior parte do tempo trancados com Paul Sheldon, um famoso escritor, no quarto de visitas de Annie Wilkes, que se auto intitula sua fã número um.
Paul estava viajando quando sofreu um acidente de carro próximo à cidade que Annie Wilkes mora. Após ficar mais de uma semana desacordado, ele de repente começa a despertar e perceber que o que lhe aconteceu: ele está sendo cuidado em uma casa, por essa mulher que ele nem conhece, com as pernas completamente quebradas e uma dor violenta, que será tratada por meses com remédios que Annie furtou dos hospitais que ela trabalhou. Sim, ela é uma enfermeira treinada, porém, sua loucura é tamanha, que quando viu quem Paul era- o famoso escritor que escreve sua série literária predileta- o leva para sua casa, a fim de cuidar de seus ferimentos até que a nevasca acabe e posso transportá-lo para um hospital.
Após ler seu livro mais recente da série com a protagonista da qual é fã, Annie muda completamente seus planos. Como o desfecho não é o que esperava, obriga Paul a escrever um novo livro, só pra ela, como forma de agradecimento por ter salvado sua vida. Isso é o que se passa em sua mente desequilibrada. Na verdade, ela sequestrou o homem e não quer que ninguém saiba que ele está alí
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Paul, impossibilitado de se mover, oscilando entre a consciência e semi-consciência, percebe que sua única opção é aceitar os remédios que ela lhe prescreveu e tentar melhorar o mais rápido possível. Nesse meio-tempo ele usa uma máquina de escrever para dar vida ao novo livro e a ressuscitar a personagem Misery, que ele matou no último livro e por quem, descobriremos, ele nutre um ódio profundo.
Durante esses meses, Paul percebe que Annie é solitária, que tem breves apagões e que odeia todos que conhece, além de ter uma explicação para cada um desses problemas.
Isolado, sem saber o que as notícias dizem sobre seu sumiço, Paul tenta contornar a situação da melhor forma possível.
Violentado e mutilado, ele não consegue se recuperar na rapidez que deseja, e após algumas tentativas em se locomover pela casa com uma cadeira de rodas que ela comprou pra ele- a fim de lhe dar certo conforto na hora ada escrita-, consegue sair do quarto e descobre realmente quem Annie é.
Seu medo, apesar de ser o que lhe anula, também é o propulsor de seus atos. Bolando um plano arriscado, porém, sem muitas opções, ele percebe que é sua única chance de escapar de sua captora.
O autor não polpou os leitores de cenas violentas e até mesmo inacreditáveis. Não tem fantasma, nem extraterrestre, mas a própria protagonista é tão inacreditavelmente louca, que não precisa de mais nada para tornar o livro sensacional.
"O pensamento o encheu de repulsa cansada, mas não foi nenhuma surpresa. Afinal, um homem que bebia água suja de um balde de limpeza não teria maiores problemas em escrever por encomenda."(pág. 69)
"O pensamento o encheu de repulsa cansada, mas não foi nenhuma surpresa. Afinal, um homem que bebia água suja de um balde de limpeza não teria maiores problemas em escrever por encomenda."(pág. 69)
O filme baseado no livro foi lançado em 1990.
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