19 de maio de 2014

Resenha: Juncos

Esse livro é uma cortesia do Grupo Editorial Record

A crítica de Juncos, publicada na Folha em 26/04, certamente é a mais completa que li até o momento.
Juncos , publicado no Brasil pela Editora Record, foi o livro mais complicado que li esse ano. A culpa não é da autora, é minha mesmo, que não consegui engrenar na história tão rapidamente. Acostumada a ler literatura policial de James Patterson, Michael Connelly e Sandra Brown, que são rápidos e diretos, fiquei bem perdida na escrita de Juli Zeh.
Apesar de ser um suspense policial, o livro trata também da filosofia do tempo e espaço, e os físicos Sebastian e Oskar, amigos desde a faculdade, estão no centro desse dilema. E como rege a lenda, ambos pensam em física o tempo todo. Após o término do curso, tomam caminhos diferentes: Sebastian forma uma família, e Oskar continua solteiro, freqüentando a casa do amigo uma vez por mês. Para os que estão de fora, logo percebem que Oskar tenta competir todo o tempo com Sebastian. Também fica a dúvida se essa amizade é ou não , na verdade, uma paixão recolhida de ambos. 
Maike, a esposa de Sebastian, é artista e cuida de uma galeria. Nas horas vagas, ela anda de bicicleta junto com um grupo de amigos. Um deles é um médico que trabalha no hospital onde várias mortes misteriosas ocorreram. Especula-se que trata-se de experimentos com novos remédios, porém, o chefe dos médicos não foi acusado formalmente. Oskar, maquiavélico, embute em Sebastian uma dose de veneno, ao afirmar que sua esposa anda muito com esse médico, com quem pratica ciclismo.
Quando o filho de Sebastian é supostamente seqüestrado e ele recebe uma ligação confiando-lhe uma missão, Sebastian prontamente bola um plano e acredita firmemente que seu filho só será devolvido quando sua missão for concluída.
O comissário Junko, policial experiente, é destacado para ajudar a policial Rita Skura-minha personagem preferida em todo o livro- a descobrir o que está matando os pacientes do hospital. Junko está com um tumor maligno no cérebro, e por muitos capítulos ele associa seu “ovo de pássaro” com as imagens a seu redor.
Paralelo às mortes no hospital, ocorre o assassinato do médico que é amigo de Maike. Junko imediatamente começa a investigar por sua conta essa morte, percebendo que são muitas coincidências ao redor do mesmo grupo de amigos e familiares. Será possível para o comissário investigar e inocentar o culpado?
Não podemos negar que a autora foi esperta ao intercalar tantos personagens misteriosos e complexos , além de nos fazer sentir pena da maioria deles na maior parte do tempo.
"Assim como muitas outras coisas, Rita não consegue suportar também o verão. Se fosse por ela, poderia ser outono ou inverno o ano inteiro. No frio é mais fácil pensar e o estilo das roupas é mais sério."(pag 126)
"-Mais duas coisinhas-diz ela-Primeira:nada de truques.
-Aliás, eu tenho uma nova namorada-diz o comissário.
-O senhor tem certeza de que não é uma funcionária do serviço social que o visita regularmente?(pág.163)

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