Esse livro é uma cortesia da Galera Record
Todo mundo já sentiu, alguma vez, vontade de ter uma vida diferente. Isso se deve a vários fatores, mas David Case teve vontade de ter uma vida diferente por um motivo inusitado: driblar o destino.
Após presenciar seu irmão Charlie, de um ano, quase voar pela janela do apartamento onde moram, David teve certeza absoluta que sua vida tinha mudado. Dois segundos. O tempo que ele levou para ver o que seu irmão pretendia fazer e o arrancar dos braços da morte. E a partir daquele momento, David teve certeza que tudo de pior poderia lhe acontecer. Se Charlie tivesse caído da janela, sua vida estaria condenada para sempre. E agora, desesperadamente, ele sabe que a qualquer momento uma catástrofe poderá acabar com sua vida.
A primeira coisa a se fazer para se disfarçar do destino: mudar o nome. Feito! Agora ele é Justin Case. A segunda coisa a se fazer para fugir do destino: mudar a forma de se vestir. Feito! Ele foi num brechó, e com a ajuda de Agnes Bee ele encontrou as roupas ideais. Agnes, por acaso, além de vendedora, é também fotógrafa, e viu no semblante de Justin toda a melancolia de quem carrega uma grande frustração. E ela adorou isso. Imediatamente “sacou” sua Nikon e pronto: tinha as fotos perfeitas para uma exposição.
Os pais de Justin não aceitaram chamá-lo pelo novo nome. E nem entenderam seus motivos. Ele também arrumou um animal de estimação imaginável: um galgo cinza lindo! Na volta às aulas, todas acharam que ele estava louco. E quando o treinador o chamou para participar dos treinamentos de corrida, ele teve certeza que isso também era obra do destino. Ainda bem que Peter , seu colega, era um cara legal e o incentivou.
Agnes achava Justin tão exótico com sua aparência e essa coisa de ser perseguido pelo destino, que foi fácil tornarem-se amigos. E de repente Justin estava apaixonado por ela. E ela tornou-se sua confidente, para quem ele podia falar abertamente sobre seu medo de que o destino acabasse com sua vida. Na verdade, ele tinha certeza absoluta que seu fim estava próximo.
Cansado de esperar pelo destino, ele resolveu que o melhor lugar para estar era num aeroporto. Lá, o destino da pessoas mudam constantemente. E o dele também poderia mudar. E o destino sorriu de alegria, porque era exatamente lá que "ele" o queria.
Após 3 dias no saguão do aeroporto, ele decidiu ligar para Agnes para saber como ela estava. Foi com surpresa que ela recebeu a notícia do local onde Justin se encontrava. E foi pra lá imediatamente, a fim de tirar da cabeça do garoto essa ideia maluca de driblar o destino. No exato momento em que se encontraram, um avião desgovernado avançou pelo terminal e matou milhares de pessoas. Não, Justin e Agnes não morreram. Mas ele pôde provar pra garota que sua vida estava condenada.
Abalados, ele foram ao apartamento de Agnes e lá tornou-se temporariamente o lar de Justin. Após alguns desentendimentos, ele foi para a casa de Peter. Seus pais, durante todo esse tempo, achavam que ele estava tendo alguma crise de existência. Tentaram entender, mas era muito difícil. Charlie, por sua vez, tinha conversas imaginárias com o irmão, desejando explicar-lhe que a culpa era dele, e que tudo ficaria bem.
Por mais que tentasse voltar à sua vida, não havia uma forma para fazer as coisas serem como eram. Tudo parecia fora do lugar. E o velho David nunca mais seria o mesmo. Nem mesmo depois que ele finalmente se rendeu ao seu destino.
Se alguma vez, publicado no Brasil pela Galera Record, é uma encantadora história de como as coisas podem ou não dar errado na vida de uma pessoa. E de como, por medo das coisas ruins, acabamos nos esquecendo do que verdadeiramente é bom e importante em nossas vidas.
“Ela ficou imaginando, enquanto permanecia sentada sangrando lentamente, observando o que restava do terminal se derreter em uma sopa de vidro e metal e carne humana no chão, se eles estavam vivos porque eram abençoados ou apesar de serem amaldiçoados.
Ficou imaginando se este era o fim ou o começo de Justin com o destino.
Ou só algum incidente razoavelmente medíocre no meio.”(pág 118)
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